sábado, março 01, 2008

Hora da Despedida

Caríssimos apreciadores de sopa fria aquecida no micro-ondas,


Passado bastante tempo desde a minha última intervenção, eis que surjo mais uma vez. No entanto, esta será também a última.
Decidi abandonar a personagem que fui retratando nos breves comentários que por aqui se encontram, e criar o meu próprio espaço neste grande campo de cultivo a que alguns chamam blogosfera (se a memória não me atraiçoa, penso que este é o termo correcto, embora a sua utilização possa ferir a minha masculinidade).
Em jeito de despedida, e tal como nas antigas emissões da R.T.P., aqui vai o hino nacional, tal como ele deve ser sentido por toda a mocidade...



Despeço-me com amizade,

Eng.º Sousa Veloso
FIM DE EMISSÃO

terça-feira, março 13, 2007

Prevenção Rodoviária

Caríssimos apreciadores de sopas mais refinadas, daquelas que têm denominação francesa, embora confeccionada com artigos tão ordinários como nabo, cenoura, batata...

Passado algum tempo de ausência por motivos que transcendem as essências culturais do sector primário, regresso com vontade de ensinar à pequenada aquilo que se entende como prevenção rodoviária.
Penso mesmo que exemplo como o que se segue deveria estar sempre presente na nossa consciência no acto de atravessar qualquer passadeira deste pequeno/grande país.




Educativo, não?
Quem tiver oportunidade de conhecer melhor o trabalho deste grande senhor norueguês denominado Lasse Gjerten, acredite que vale a pena o esforço.
Mais uma vez, despeço-me com amizade.


Eng.º Sousa Veloso

quinta-feira, dezembro 21, 2006

A Todos, Votos de Natal


Ilustres frequentadores da Sopa,

Venho desejar-vos um Natal cheio de significado.


* * *

Farei, nesta ocasião, uma diferenciação político-partidária - mas não activista - dos meus votos:

Aos pupilos da Direita, faço meus, e para vós, os maravilhosos votos de uma moderna, progressista e algo yuppie empresa.

Já aos filhos da Esquerda, convoco-os a unirem-se em torno de um tema musical de que podem fazer aqui o download. Já com a música sobre a mesa, podem cantarolá-la seguindo a sua letra.


Votos sinceros, humildes e desinteressados, assim são os do Vosso,
Eládio Clímaco




sábado, novembro 04, 2006

Turismo Rural


Já é sabido por essa blogoesférica que o Vosso Eládio gosta de passear.

Na última incursão pelo País-a-dentro, fui fazer a ligação em Comboio-Regional entre o Entroncamento e Elvas. Após uma agradável viagem de velocidades medianas por vezes marcada por reduções drásticas resultantes de linha a necessitar de renovação, chega-se a Elvas.

Quem não compreende a beleza de demorar três horas e um pedaço para fazer essa Linha do Leste, nunca apreciará a formosura agreste da paisagem, das terras e das gentes que a vão ladeando.

Mas, se formos pragmáticos, tecnocratas ou simplesmente práticos, demoram-se mesmo três horas (e ainda mais o pedaço) a percorrer pouco mais de cem quilómetros. Mas chega-se lá, a Elvas, a eternamente mal conotada terra fronteiriça que, por sê-lo, convida sempre a ser abandonada. Como resposta a essa situação, num grito de desespero - que até poderá ser bem disposto - alguém decide, ao abrir um café em frente à estação ferroviária, dar-lhe o nome que a foto ostenta. Depois de uma viagem a ritmo lento, numa oscilante automotora, deparamo-nos com este estabelecimento. Numa terra que se resignou a ver os comboios, os carros e as pessoas a passar.

Eládio Clímaco



quinta-feira, outubro 12, 2006

Publicidade e Violência


Todos sabemos que o "Noddy" e os livros dos "Famosos Cinco" levam a comportamentos violentos. Maldita sejas, Enid Blyton.

Mas, e o que dizer da Publicidade?...


Anda atento o Vosso,

Eládio Clímaco

domingo, outubro 08, 2006

Nostalgia dos Anos 80

Caríssimos apreciadores de sopa temperada com nostalgia q.b.,

Fazendo eu parte de uma geração que cresceu com o ZX Spectrum como referência, procuro esporadicamente informações acerca de alguns jogos que outrora fizeram com que eu passasse horas e horas da minha vida à espera que a cassete e o respectivo leitor não falhassem mais uma vez, para me poder divertir com o contagiante apelo daqueles gráficos altamente pixelizados acompanhados de sons que resultavam de engenhosas combinações de programação: BEEP 1,23,412...

LOAD " "
(enter)

Lembro-me de um jogo o qual nunca cheguei a terminar, que se intitulava Skool Daze, e no qual se encarnava o papel de um aspirante a delinquente, administrando generosos socos e minunciosas fisgadas nos colegas de turma, escola e professores (estou a fazer um esforço para me lembrar o que era para mim este jogo).
Lembro-me também que era necessário apanhar uns emblemas que estavam espalhados pela escola, mas nunca cheguei a saber o resultado final dessa recolha, acabando sempre por ser expulso pelo Director da escola, Mr. Wacker.
No outro dia, quando pesquisava acerca deste e de outros jogos, tomei conhecimento que certas pessoas não contentes com a evolução tecnológica e o rumo traçado para os jogos actuais, decidiram refazer alguns dos clássicos do 48K.

E para espanto meu, deparo-me com o remake do Skool Daze, agora intitulado Klass of 99, com sons bastante mais coerentes e outros que me deram aquela sensação de "há séculos que não ouvia isto!!!", brilhando em 256 cores e numa resolução de 320x200!



Isto sim, é evolução!



Para quem estiver interessado neste e noutros jogos, sugiro a visita ao seguinte site:




Despeço-me com amizade,

Eng.º Sousa Veloso

quinta-feira, setembro 14, 2006

Hardcore Gamer


Caríssimos apreciadores de sopas pixelizadas,

Na minha procura pelas ondas cibernéticas, deparo-me com este verdadeiro exemplo de amor e dedicação à participação em jogos online.

Concerteza, nunca ganhará o prémio de fair-play.

Despeço-me com amizade,

Eng.º Sousa Veloso

segunda-feira, julho 31, 2006

Greitit Oveitis

Caríssimos apreciadores do saudoso Royco Cup-a-Soup,

Eis um brilhante teste engendrado pela rádio Comercial, que duma forma bastante engenhosa, decifram a nossa personalidade numa canção da saudosa época, invocada e celebrada no anterior prato de sopa.

Convido vossas excelências para participar livremente e a comunicar os brilhantes resultados,



Despeço-me com amizade,

Eng.º Sousa Veloso

sexta-feira, julho 21, 2006

Momento Cultural



Caríssimos apreciadores dos devaneios veraneantes...

Saudosista como sou, eis que vos deixo uma singela recordação desta brilhante era musical, conhecida por muitos como a era Michael Jackson (e em Portugal, como sendo a era de Eurico Cebolo).

Convosco, Dead or Alive com "You Spin Me Round".


Novamente, despeço-me com amizade.
Eng.º Sousa Veloso

quinta-feira, junho 15, 2006

Que Romance de Eurico Cebolo És?


Companheiros,
.
Foi-me sugerido pelo Companheiro Engenheiro a realização de um Questionário que, concordará o mesmo, será do maior interesse para todos os visitantes da nossa Sopa. Por essa razão, aqui o publico para que uma maior amálgama de gente lhe possa responder.
.
Trata-se, então, de um pequeno questionário de opções de resposta fixa, ao melhor estilo de revista Super Jovem / Bravo / Maria / Super Interessante, em que o inquirido tentará descobrir qual o romance de Eurico A. Cebolo se identifica melhor com a sua experiência de vida.
.
Não sabe quem é Eurico A. Cebolo? É uma figura por demais reconhecida, tão marcante de todos os que, em alguma fase da sua vida, tentaram enveredar pelos tortuosos meandros do mundo da Música. O autor de tantos livros, sempre Mágicos, de iniciação aos mais variados instrumentos e teorias musicais. Se lhe está aguçada a curiosidade, eis Eurico A. Cebolo.
.
Para além de Livros de Música, também Romances escreveu Eurico... cujos títulos e enredos surpreendiam qualquer um, nas contra-capas de um qualquer Solfejo-Mágico-IV.
.
Valer-te-á bem a pena descobrir que romance de Eurico Cebolo és.
.
Eurico Cebolo, a Anita que nunca cresceu.
.
O Vosso,
Eládio

quarta-feira, maio 31, 2006

Já Reparou Que Os Comboios Portugueses Andam Mais Bonitos?



A melhor ligação Cais-Do-Sodré / Belém, e volta.

O Vosso,
Eládio

sábado, maio 27, 2006

Televisão de Fim-de-Semana

Caríssimos apreciadores do verão com sopas frias tipo gaspacho, seja ele português ou espanhol...

Acho que é do conhecimento geral que a programação de televisão para as tardes de fim-de-semana, sobretudo na aproximação e durante a época balnear, são um convite ao passeio com a família, amigos, dada a qualidade das obras cinematográficas exibidas.

Inspirado neste conceito, e em todos os filmes de sábado à tarde protagonizados por um par de gémeas, ou por um senhor magro de boné chamado Ernesto, ou por animais que falam com uma voz parecida à do Michael J. Fox, ou até mesmo o clássico dos clássicos, com aquele miúdo ruívo que é um pestinha, eis que vos apresento uma curta-metragem de qualidade surpreendente, que gostaria de um dia assistir numa sala de cinema, ou posteriormente, num sábado ou num domingo à tarde:




Consigo imaginar uma versão prolongada deste autêntico talento. Gosto sobretudo da sua presença perante as câmaras, um verdadeiro showman (ou melhor, showdog).
Estaremos perante o último herói de acção?


Despeço-me com amizade,
Eng.º Sousa Veloso

quarta-feira, maio 24, 2006

The Cow Parade


Caríssimos apreciadores de sopas e descanso,

Como já devem ter reparado, a comunicação social tem estado a fazer uma enorme publicidade ao evento denominado de Cow Parade, resultando numa exposição de tão sagrado animal por vários locais da cidade.
Mesmo que não tenha sido seleccionada, gostaria de vos apresentar a minha proposta de participação, que penso que, de uma forma simples e pouco ambiciosa, consegue representar um pouco da nossa nação:


O seu nome é Vaca-Galo.

No entanto, não consigo entender porque foi rejeitada...

Novamente, despeço-me com amizade.

Eng.º Sousa Veloso

O que é que se passa com esta gente?

Caríssimos apreciadores da sopa do dia,

Não sou um grande apaixonado por futebol. Talvez muito por culpa de durante toda a minha infância me ter apercebido que não tinha muito jeito para dominar a bola com os meus dois pés esquerdos, sendo que na selecção das equipas entre colegas, ficava sempre para último, ou então simplesmente não jogava.

Com isto não quero dizer que não sou capaz de assistir e apreciar um bom jogo de futebol. No entanto gosto de distanciamento de todos os comportamentos inerentes aos adeptos dos vários clubes, cuja vitória ou derrota implica uma desculpa para assumir comportamentos aleatórios, muitos deles importados directamente do reino animal, resultantes do consumo excessivo de bebidas alcoólicas ou de outras substâncias não tão lícitas.


É impressionante a quantidade de pessoal com habilitações desportivas em Portugal! Como fico contente de saber que temos cerca de cinco milhões de candidatos para o lugar de seleccionador nacional, que chegam, inclusive, a definir tácticas, estratégias, jogadores aos quais o senhor seleccionador deveria ter levado em conta, fazendo dele o eterno incompetente. No entanto, embora se reconheça a sua inaptidão para o cargo, nada impede que os media assumam que o campeonato já está ganho logo à partida, através de campanhas publicitárias que inspiram os adeptos da selecção ao consumo.
No outro dia, quando estava a regressar para casa, começo a ouvir no rádio que uma certa loja de electrodomésticos anunciava a sua campanha referente ao campeonato do Mundo, sendo que os clientes que adquirissem quaisquer produtos na loja durante este mesmo período, e caso Portugal ganhasse o campeonato, todo o dinheiro ser-lhes-ia devolvido. Depois de dois segundos a assimilar o que tinha acabado de ouvir, concluí que esta, provavelmente, era a campanha menos patriótica que conheço - porquê? - porque analisando esta iniciativa, rapidamente se entende que esta loja não tem interesse nenhum em que Portugal ganhe o campeonato, com o risco de lhes causar um enorme rombo no orçamento; pelo contrário, têm interesse em que os patriotas invistam o que podem e que não podem, esperando que a sua selecção não os decepcione, visto que acabaram de colocar todas as suas esperanças na sua vitória, diga-se de passagem, tão provável como para todas as outras nações em jogo.


Meus amigos, iremos novamente entrar numa fase em que durante um mês este país irá viver através do futebol...


Despeço-me com amizade,
Eng.º Sousa Veloso.

P.S.: É uma pena, sinceramente, que em Portugal, a qualidade dos artistas que sobem a palco esteja directamente relacionada com o clube de futebol que gritam para a plateia faminta e indecisa entre o acto de vaiar ou de aplaudir; é triste também que os artistas tenham de chegar a este ponto...

domingo, maio 21, 2006

O Artista é Um Bom Artista

O Ricardo Araújo Pereira Tem Uma Crónica na Visão. (na revista, não no olho)

Mesmo quem não leia a Visão, já há-de ter recebido um daqueles mails FW:LOOOOL! (por Amor de Deus...) com scans directos de páginas dessas crónicas. Um que correu muito foi a que escreveu aquando do (não-)arrastão na Praia de Carcavelos. Estava genial.

A crónica desta semana é bastante pobre... Fraquinha. "Mil filhos são mil a mais" é o título da mais recente Boca do Inferno, para quem quiser consultá-la. Fiquei surpreendido com a qualidade da mesma, mas ontem ainda consegui ser mais surpreso.

Ao correr os canais de televisão, noite dentro, passo pela SIC-Comédia e deparo com o R.A.P. no programa Levanta-te e Ri.
Pensei: "Olha o Ricardo Araújo Pereira. Levanta-te e Ri?... Isto já há-de ter sido há uns tempos...! Deixa lá ver."

Após uma boa piada, ao melhor estilo dele, R.A.P. começa a despejar a crónica da Visão desta semana, a tal dos "Filhos". Sim, é claro que a mesma terá nascido algures nos tempos deste Levanta-te e Ri (que já há-de ter bem mais de um ano), mas dei por mim a adivinhar o que R.A.P. ia dizer a seguir.

O texto da crónica pespegado num palco da TV. Ou, para respeitarmos a cronologia dos factos, exactamente ao contrário. Não houve imaginação, esta semana, para escrever uma crónica original para a Visão?... E, sendo necessário ir ao baú para cumprir um qualquer contrato de publicações, não seria mais agradável se se escolhesse coisas melhorzinhas?

Reconheço uma boa dose de qualidade ao Ricardo Araújo Pereira e respectiva pandilha. Não devemos entrar na mediocridade, especialmente em comédia.


Mas há coisas bem mais importantes que isto.



O Vosso,
Eládio

quinta-feira, maio 18, 2006

EuroVisão

Caros Amigos e Tele-Espectadores da Rádio e Televisão de Portugal,

Acabei de dar por finalizada a locução de mais um Festival Eurovisão da Canção. Nesta oportunidade, calhou ser o de 2006. As nossas Non-Stop lá ficaram pelo caminho e não irão à finalíssima. Parabéns por esta brilhante participação em Atenas-Grécia, amigas Non-Stop.

Enfim... Longe vão os tempos em que me juntava à camarada de locuções Serenella e viajávamos, quais repórteres de guerra, por essa Europa fora, anunciando os resultados das batalhas do pop lusitano no velho e querido continente. Nos dias que correm, enclausuram-me numa cabine sem janelas, em Cabo Ruivo, com uma televisão e um microfone à frente... Quase que podia fazer isto de casa, pelo telefone! Perdoem-me o desabafo, caros tele-espectadores da Rádio e Televisão de Portugal. Longe vão os tempos em que Portugal vibrava com a transmissão da Eurovisão.

Ainda me lembro quando, em 1974, fui enviado pela, na altura, Rádio Televisão Portuguesa, ao Reino Unido, para fazer a reportagem in loco de tão brilhante evento. Aquando da prestação do nosso Paulo de Carvalho, com o incomparável "E Depois do Adeus", chegou-me aos ouvidos a cavaqueira que os meus colegas britânicos, ao meu lado, desenvolviam. Diziam:
- Já me viste a pinta deste cromo? Quem é que usa umas patilhas assim?
- Parece que em Portugal é normal os homens terem-nas assim, fartas...
- Bloody-Hell... mas como é que este povo procria? Como é que as mulheres portuguesas se sentem atraídas por alguém com estas patilhas?
- Esse não parece ser o problema, old-chap, parece que as mulheres portuguesas as usam da mesma maneira.

Nunca percebi por que razão soltaram umas boas risadas com esta conversa...


Há coisas que morrem com o tempo, amigos tele-espectadores.
Não deixemos morrer a Eurovisão.


O sempre Vosso,
Eládio

quarta-feira, maio 17, 2006

O Dia do Iogurte

Caríssimos apreciadores desta bela sopa cibernética,

Segundo a comunicação social, comemorou-se hoje o "Dia do Iogurte".
Consta que não é mais do que uma campanha de marketing para promover a saúde e bem-estar dos cidadãos, através de uma boa nutrição rica em productos lácteos.
Como não só de iogurte vive o Homem, sugiro a comemoração de outros dias também bastante pertinentes:

1º - Dia do Choco Frito;
2º - Dia do Desodorizante Aplicado de Manhã, Antes De Saír De Casa, E Após Exercício Físico;
3º- Dia do Piassaba/Piassava/Piassá Após Utilização de Casa-de-Banho Privada ou Pública;
4º- Dia do Corta-Unhas;
5º- Dia do Deixa-me em Paz, Não Vez Que Não Quero Saber Dessas Promoções;
6º- Dia do Quando É Que Te Calas;
7º- Dia da Frize Limão Não é Vidago Limão;
8º- Dia da Vidago Limão Não é Frize Limão.

Certamente, existem outros dias tão ou mais importantes do que estes, que poderei mais tarde acrescentar.
Como é lógico, todas as sugestões serão bem vindas.


Despeço-me com amizade,
Eng.º Sousa Veloso

terça-feira, maio 16, 2006

O Fracasso tem nome...

Caríssimos apreciadores desta bela panela de sopa cibernética,

Hoje foi-me notificado via e-mail uma curiosidade que certamente despertará alguns momentos de riso saudável e consideravelmente sonoro, mas não o suficiente para despertar a atenção dos demais que nos possam rodear no momento.
Segundo o que me foi informado, se no motor de pesquisa denominado Google digitarmos na janela correspondente à pesquisa a palavra failure, e se de seguida carregarmos no botão onde se lê Sinto-me com sorte, seremos reencaminhados para uma outra página.

Aguardo com impaciência as reacções dos demais.

E novamente, despeço-me com amizade
Eng.º Sousa Veloso

segunda-feira, maio 08, 2006

As Voltas Que o Mundo Dá

Komrades,

Aqui está algo que atrairá tudo o que é jovem yuppie à nossa querida Sopa dos - alguns de nós - tendencialmente menos pobres.

Um panfleto que anuncia o Museu do Comunismo de Praga. Notem, por favor, as indicações para lá chegar, bem no fundo do mesmo...

A piada dos próximos dias na Linha do Girassol.




O Vosso,
Eládio

terça-feira, abril 25, 2006

Sempre.

"As Portas Que Abril Abriu"
J. C. Ary dos Santos



Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.
Onde entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo se debruçava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.


Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha a raiz
tinha o fruto arrecadado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
onde suava o ceifeiro
que dormia com o gado
onde tossia o mineiro
em Aljustrel ajustado
onde morria primeiro
quem nascia desgraçado.



Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempos do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado.


Ali nas vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
vivia um povo tão pobre
que partia para a guerra
para encher quem estava podre
de comer a sua terra.


Um povo que era levado
para Angola nos porões
um povo que era tratado
como a arma dos patrões
um povo que era obrigado
a matar por suas mãos
sem saber que um bom soldado
nunca fere os seus irmãos.


Ora passou-se porém
que dentro de um povo escravo
alguém que lhe queria bem
um dia plantou um cravo.


Era a semente da esperança
feita de força e vontade
era ainda uma criança
mas já era a liberdade.


Era já uma promessa
era a força da razão
do coração à cabeça
da cabeça ao coração.
Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.


Esses que tinham lutado
a defender um irmão
esses que tinham passado
o horror da solidão
esses que tinham jurado
sobre uma côdea de pão
ver o povo libertado
do terror da opressão.


Não tinham armas é certo
mas tinham toda a razão
quando um homem morre perto
tem de haver distanciação


uma pistola guardada
nas dobras da sua opção
uma bala disparada
contra a sua própria mão
e uma força perseguida
que na escolha do mais forte
faz com que a força da vida
seja maior do que a morte.


Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.


Posta a semente do cravo
começou a floração
do capitão ao soldado
do soldado ao capitão.


Foi então que o povo armado
percebeu qual a razão
porque o povo despojado
lhe punha as armas na mão.


Pois também ele humilhado
em sua própria grandeza
era soldado forçado
contra a pátria portuguesa.


Era preso e exilado
e no seu próprio país
muitas vezes estrangulado
pelos generais senis.


Capitão que não comanda
não pode ficar calado
é o povo que lhe manda
ser capitão revoltado
é o povo que lhe diz
que não ceda e não hesite
– pode nascer um país
do ventre duma chaimite.


Porque a força bem empregue
contra a posição contrária
nunca oprime nem persegue
– é força revolucionária!


Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.


Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.


E então por vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
desceram homens sem medo
marujos soldados «páras»
que não queriam o degredo
dum povo que se separa.
E chegaram à cidade
onde os monstros se acoitavam
era a hora da verdade
para as hienas que mandavam
a hora da claridade
para os sóis que despontavam
e a hora da vontade
para os homens que lutavam.


Em idas vindas esperas
encontros esquinas e praças
não se pouparam as feras
arrancaram-se as mordaças
e o povo saiu à rua
com sete pedras na mão
e uma pedra de lua
no lugar do coração.


Dizia soldado amigo
meu camarada e irmão
este povo está contigo
nascemos do mesmo chão
trazemos a mesma chama
temos a mesma ração
dormimos na mesma cama
comendo do mesmo pão.
Camarada e meu amigo
soldadinho ou capitão
este povo está contigo
a malta dá-te razão.


Foi esta força sem tiros
de antes quebrar que torcer
esta ausência de suspiros
esta fúria de viver
este mar de vozes livres
sempre a crescer a crescer
que das espingardas fez livros
para aprendermos a ler
que dos canhões fez enxadas
para lavrarmos a terra
e das balas disparadas
apenas o fim da guerra.


Foi esta força viril
de antes quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer.


E em Lisboa capital
dos novos mestres de Aviz
o povo de Portugal
deu o poder a quem quis.


Mesmo que tenha passado
às vezes por mãos estranhas
o poder que ali foi dado
saiu das nossas entranhas.
Saiu das vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
onde um povo se curvava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.


E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe.
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu.


Essas portas que em Caxias
se escancararam de vez
essas janelas vazias
que se encheram outra vez
e essas celas tão frias
tão cheias de sordidez
que espreitavam como espias
todo o povo português.


Agora que já floriu
a esperança na nossa terra
as portas que Abril abriu
nunca mais ninguém as cerra.


Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho.


Quando o povo desfilou
nas ruas em procissão
de novo se processou
a própria revolução.


Mas eram olhos as balas
abraços punhais e lanças
enamoradas as alas
dos soldados e crianças.


E o grito que foi ouvido
tantas vezes repetido
dizia que o povo unido
jamais seria vencido.


Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho.


E então operários mineiros
pescadores e ganhões
marçanos e carpinteiros
empregados dos balcões
mulheres a dias pedreiros
reformados sem pensões
dactilógrafos carteiros
e outras muitas profissões
souberam que o seu dinheiro
era presa dos patrões.


A seu lado também estavam
jornalistas que escreviam
actores que se desdobravam
cientistas que aprendiam
poetas que estrebuchavam
cantores que não se vendiam
mas enquanto estes lutavam
é certo que não sentiam
a fome com que apertavam
os cintos dos que os ouviam.


Porém cantar é ternura
escrever constrói liberdade
e não há coisa mais pura
do que dizer a verdade.


E uns e outros irmanados
na mesma luta de ideais
ambos sectores explorados
ficaram partes iguais.


Entanto não descansavam
entre pragas e perjúrios
agulhas que se espetavam
silêncios boatos murmúrios
risinhos que se calavam
palácios contra tugúrios
fortunas que levantavam
promessas de maus augúrios
os que em vida se enterravam
por serem falsos e espúrios
maiorais da minoria
que diziam silenciosa
e que em silêncio fazia
a coisa mais horrorosa:
minar como um sinapismo
e com ordenados régios
o alvor do socialismo
e o fim dos privilégios.


Foi então se bem vos lembro
que sucedeu a vindima
quando pisámos Setembro
a verdade veio acima.


E foi um mosto tão forte
que sabia tanto a Abril
que nem o medo da morte
nos fez voltar ao redil.


Ali ficámos de pé
juntos soldados e povo
para mostrarmos como é
que se faz um país novo.


Ali dissemos não passa!
E a reacção não passou.
Quem já viveu a desgraça
odeia a quem desgraçou.


Foi a força do Outono
mais forte que a Primavera
que trouxe os homens sem dono
de que o povo estava à espera.


Foi a força dos mineiros
pescadores e ganhões
operários e carpinteiros
empregados dos balcões
mulheres a dias pedreiros
reformados sem pensões
dactilógrafos carteiros
outras muitas profissões
que deu o poder cimeiro
a quem não queria patrões.


Desde esse dia em que todos
nós repartimos o pão
é que acabaram os bodos
— cumpriu-se a revolução.


Porém em quintas vivendas

alácios e palacetes
os generais com prebendas
caciques e cacetetes
os que montavam cavalos
para caçarem veados
os que davam dois estalos
na cara dos empregados
os que tinham bons amigos
no consórcio dos sabões
e coçavam os umbigos
como quem coça os galões
os generais subalternos
que aceitavam os patrões
os generais inimigos
os generais garanhões
teciam teias de aranha
e eram mais camaleões
que a lombriga que se amanha
com os próprios cagalhões.
Com generais desta apanha
já não há revoluções.


Por isso o onze de Março
foi um baile de Tartufos
uma alternância de terços
entre ricaços e bufos.


E tivemos de pagar
com o sangue de um soldado
o preço de já não estar
Portugal suicidado.


Fugiram como cobardes
e para terras de Espanha
os que faziam alardes
dos combates em campanha.


E aqui ficaram de pé
capitães de pedra e cal
os homens que na Guiné
aprenderam Portugal.


Os tais homens que sentiram
que um animal racional
opõe àqueles que o firam
consciência nacional.


Os tais homens que souberam
fazer a revolução
porque na guerra entenderam
o que era a libertação.


Os que viram claramente
e com os cinco sentidos
morrer tanta tanta gente
que todos ficaram vivos.


Os tais homens feitos de aço
temperado com a tristeza
que envolveram num abraço
toda a história portuguesa.


Essa história tão bonita
e depois tão maltratada
por quem herdou a desdita
da história colonizada.


Dai ao povo o que é do povo
pois o mar não tem patrões.
– Não havia estado novo
nos poemas de Camões!


Havia sim a lonjura
e uma vela desfraldada
para levar a ternura
à distância imaginada.


Foi este lado da história
que os capitães descobriram
que ficará na memória
das naus que de Abril partiram


das naves que transportaram
o nosso abraço profundo
aos povos que agora deram
novos países ao mundo.


Por saberem como é
ficaram de pedra e cal
capitães que na Guiné
descobriram Portugal.


E em sua pátria fizeram
o que deviam fazer:
ao seu povo devolveram
o que o povo tinha a haver:
Bancos seguros petróleos
que ficarão a render
ao invés dos monopólios
para o trabalho crescer.
Guindastes portos navios
e outras coisas para erguer
antenas centrais e fios
dum país que vai nascer.


Mesmo que seja com frio
é preciso é aquecer
pensar que somos um rio
que vai dar onde quiser


pensar que somos um mar
que nunca mais tem fronteiras
e havemos de navegar
de muitíssimas maneiras.


No Minho com pés de linho
no Alentejo com pão
no Ribatejo com vinho
na Beira com requeijão
e trocando agora as voltas
ao vira da produção
no Alentejo bolotas
no Algarve maçapão
vindimas no Alto Douro
tomates em Azeitão
azeite da cor do ouro
que é verde ao pé do Fundão
e fica amarelo puro
nos campos do Baleizão.
Quando a terra for do povo
o povo deita-lhe a mão!


É isto a reforma agrária
em sua própria expressão:
a maneira mais primária
de que nós temos um quinhão
da semente proletária
da nossa revolução.


Quem a fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.


De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
um menino que sorriu
uma porta que se abrisse
um fruto que se expandiu
um pão que se repartisse
um capitão que seguiu
o que a história lhe predisse
e entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo que levantava
sobre um rio de pobreza
a bandeira em que ondulava
a sua própria grandeza!
De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
e só nos faltava agora
que este Abril não se cumprisse.
Só nos faltava que os cães
viessem ferrar o dente
na carne dos capitães
que se arriscaram na frente.


Na frente de todos nós
povo soberano e total
que ao mesmo tempo é a voz
e o braço de Portugal.


Ouvi banqueiros fascistas
agiotas do lazer
latifundiários machistas
balofos verbos de encher
e outras coisas em istas
que não cabe dizer aqui
que aos capitães progressistas
o povo deu o poder!
E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe!
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu!

quinta-feira, abril 13, 2006

Páscoa Feliz

Olá, amigos.


Venho desejar-vos uma Páscoa Feliz, sendo esta uma data em que acredito profundamente.

Deixo-vos com uma canção por demais conhecida, mas que trará boas memórias a muitos de nós e que poderá ser facilmente embebida no espírito da data que atravessamos.

O Vosso,
Eládio

segunda-feira, abril 03, 2006

A Juventude Superior

Gosto Muito da Comunidade Universitária Portuguesa.

No seu geral. Nem em concreto, nem em particular. Mas, confesso, com uma certa simpatia para com alguns aspirantes a doutores.

Gosto de ver como a nata, la crème de la crème, da nossa juventude se junta, animadamente, nas instituições de Ensino Superior. Gosto da sua cultura geral e universal que justifica, claramente, o termo Universidade como fonte geradora e impulsionadora de um conhecimento multidisciplinar, total e abrangente.

Se assim não fosse, como poderíamos considerar esse ensino Superior? Superior, sim, porque amamenta no seu regaço as brilhantes, actuais e futuras, mentes do nosso país. Quem passeia a sua arte por salas de tão consagradas instituições fá-lo-á por ser merecedor de tal erudito investimento.

Ensino Superior e Universal, selecto, para mentes iluminadas. Que compreendem que o conhecimento deve - tem! - de ser algo que percorra tudo o que rodeia uma determinada especialização científica. Desde a língua em que escrevemos ao pormenor mais técnico de uma determinada faculdade. É, felizmente, inconcebível um jovem universitário que não escreva bem a sua Língua, que não compreenda a Sociedade que o rodeia, que desconheça as linhas gerais da História nacional e universal ou que não entenda a estrutura de vida do Planeta.

Gosto Muito da Comunidade Universitária Portuguesa. Gosto da mesma no seu geral. Gosto de como ajuda a identificar bem o Ensino que frequenta como claramente Superior.


Já agora, sobre este tema, gravei isto.

O Vosso,
Eládio

quarta-feira, março 29, 2006

A mùsica portuguesa no seu lado mais erudito e privado.

Um grande bem haja para todos.
Foi no outro dia que fui presenteado na minha caixa de correio virtual com este verdadeiro hino ao amor, da autoria de um grande artista português, responsável pelo surgir de canções de tão simples linguagem que seriam capazes de fazer inveja a qualquer Ary dos Santos. O seu autor não podia ser outro senão o grande José Cid.
A pouco e pouco (José Cid - 1979)

Vá lá, são sete e meia, amor, e tens que ir trabalhar.
Acordas-me com um beijo e um sorriso no olhar.
E levantas-me da cama, depois tiras-me o pijama,
Faço a barba e dá na rádio o Zé Cid a cantar.
Apanho um autocarro, vou a pensar em ti
que levas os miúdos ao jardim infantil.
Chego à repartição, dou um beijo no escrivão
E nem toco a secretária que é tão boa.
A pouco e pouco se constrói um grande amor,
De coisas tão pequenas e banais,
Basta um sorriso, um simples olhar
Um modo de amar a dois.
Um modo de amar a dois.
E às 5 e meia em ponto, telefonas-me a dizer.
Não sei viver sem ti amor, não sei o que fazer.
Faz-me favas com chouriço, o meu prato favorito.
Quando chego p’ra jantar, quase nem acredito.
Vestiste-te de branco, uma flor nos cabelos
Os miúdos na cama e acendeste a fogueira.
Vou ficar a vida inteira a viver dessa maneira,
Eu e tu, e tu e eu, e tu e eu e tu.
A pouco e pouco se constrói um grande amor,
De coisas tão pequenas e banais,
Basta um sorriso, um simples olhar
Um modo de amar a dois.
Um modo de amar a dois.
Creio que não será novidade para a maior parte de vós, visto que fez parte de um programa de rádio de Nuno Markl, na qual a nobre canção e autor foram homenageados. Concerteza, uma canção para ficar na história da música portuguesa.
Mais uma vez, despeço-me com amizade,
Engº Sousa Veloso

segunda-feira, março 27, 2006

A Linha em Película

Durante a semana passada tive a oportunidade trabalhar com filme em película Super 8.

É fácil saber do que se trata... aqueles vídeos caseiros, antigos, de crianças a brincar no jardim e na piscina. Com uma imagem semi-intermitente, característica de um projector, em que essas crianças de balde na mão corriam um pouco mais rápido que o habitual. Anos 60/70...

Actualmente, já ninguém faz filmes caseiros Super8. Faz-se em miniDV e afins. Mas era película. Que tinha de ser revelada. O filme era entregue para revelação, tal como na fotografia convencional, e recebia-se uma bobine para projectar. O formato mantém-se a nível experimental e profissional, como suporte económico e mítico de película.

Filmar, revelar, projectar... Foi fantástico trabalhar com película.

Houve ainda a oportunidade de ver a projecção de filmes do Festival Super 8 de 2005. Convido-vos a fazer o download do vídeo vencedor. Há que embrenhar-se no mesmo enquanto se o vê.

Quem gostou, compreendeu, e não achou giro, por favor aproveite e assine.


O Vosso,
Eládio


quarta-feira, março 22, 2006

Já é dia 22?


O Dia Mundial da Poesia existe também para recordar a todos que, na região mais saloia de Sintra, existe Gouveia, a Aldeia-em-Verso.


Pelos caminhos de Portugal anda O Vosso,
Eládio

domingo, março 19, 2006

'La Noche Del Terror Ciego'

Há poucos dias foi-me parar, à frente da vista e às mãos, um filme de terror intitulado "La Noche Del Terror Ciego". Daqueles filmes de terror bastante duvidoso, que só nos provocam sorrisos e a que é impossível assistir em silêncio e sem comentar tudo o que de mau vai aparecendo.
O título é em espanhol... claro que já tinham reparado, mas o mais interessante e fantástico é que esse filme foi rodado em Portugal. E, melhor ainda, foi uma co-produção nuestro-hermânica/portuguesa. E, ainda melhor, foi filmado em 1971. Sim, antes do 25 de Abril (o de 1974)!

Não tenhamos ilusões. Nunca o nosso Marcelo Caetano ou a sua Censura o permitiriam. Então anda-se a rodar um filme na região de Lisboa e Vale do Tejo, em que cavaleiros templários se levantam das sagradas campas e perseguem meninas...?! E, para além do mais, essas meninas nem são virginais e inocentes? Pois não... o filme possui inclusivamente um flashback em que as protagonistas recordam cenas de relações lesbianas aquando a adolescência passada num colégio interno! Agora, sim, toda a gente quer ver isto!

Mas voltemos ao mais mundanamente comentável do filme: a rodagem, camuflada, de um filme proibido no decorrer da ditadura portuguesa pré-1974. A Censura, ou a PIDE/DGS, são frequentemente apontadas como implacáveis, mas apenas quando se conseguia descobrir algo ou acusar o que era por demais evidente. De resto, não se podia dizer o que se queria, mas conseguia-se fazê-lo passar... por palavras semelhantes, disfarçado por eufenismos; enfim, era um jogo do gato e do rato em que o primeiro era gordo, corria devagar e estava dotado de uma sagacidade deveras duvidável. Felizmente.

Não penso que tenha sido o objectivo do autor e realizador Amando de Ossorio fazer uma qualquer crítica ou provocar uma reflexão relativamente à sociedade portuguesa e à sua situação. Teve que andar pela sombra, é verdade, mas não terá passado disso. O que ele queria era fazer um filme de terror com um toque ligeiramente picante, e fazer as meninas (as da plateia) corar e depois fazê-las saltar na cadeira. Tê-lo-á conseguido, talvez, mas mediocramente.

Mas o que ele conseguiu realmente, sem o saber, foi criar uma bela duma analogia com a situação nacional contemporânea. Então "La Noche Del Terror Ciego"...?! Se pensarmos no período da ditadura como um período de trevas, de escuridão, de Noite; na frente de ataque personalizada pela DGS, que instituía, ou tentatava instituír, um ambiente de Terror àqueles que afrontavam o regime. Mas, finalmente, era por vezes um Terror Cego. Tal como no filme, em que os Cavaleiros Templários (que nada viam) só conseguem apanhar as meninas porque estas não param de gritar. Bastava fazer pouco barulho para escapar-lhes. Está tudo dito, não? Talvez ainda se possa referir que esse Terror é protagonizado por seres totalmente fora-de-prazo...

Genial, Sr. Ossorio! Já tinha reparado?


O Vosso,
Eládio

domingo, março 12, 2006

A febre do Mundial 2006


Um grande bem haja para todos.

Num dia como outro qualquer em que passa pela rotina uma paragem numa estação de serviço da CREL, eis que, chegado ao local de alívio, me deparo com a seguinte situação:

Não habituado à pressão que um profissional arrecada para marcar um penalty, iniciei um curto período de concentração de forma a não me deixar influenciar pelas condições adversas que me rodeavam.

Num ápice, demonstrei aos presentes a minha nova vocação, naquilo a que se pode carinhosamente chamar "dar o litro".

No final do encontro reconheço que o meu alívio era demasiado evidente por ter corrido tão bem, e na conferência de imprensa acabei por ainda criticar os erros cometidos pelo árbitro (que se encontrava ao serviço numa das portas do lado), que por pouco não permitia o dilúvio de golos com que o adversário foi presenteado.

Despeço-me com amizade,

1ª Edição dos Prémios Ocasionais Loreak Mendian


1ª Edição dos Prémios Ocasionais Loreak Mendian

E os premiados são...:

Prémio Cinema · Realizador Fernando Fragata, com 'Sorte Nula'
Fernando Fragata:
"Um bom filme é aquele que parece ter sido realizado com mais meios do que com aqueles com que realmente o foi."



Prémio Música · Three 6 Mafia, com 'It's Hard Out Here For a Pimp'
Juicy J: "É complicado ser um Chulo por estas bandas. Thank God Jesus Christ."

Prémio Literatura · Clara Pinto Correia, com 'A Minha Alma Está Parva'
Clara Pinto Correia: "O Den Brouwn também pelageia!"



Prémio Economia · Paulo de Azevedo
Paulo de Azevedo: "OPÁ, eu subi a pulso!"




Prémio Medicina · Pedro Manuel Torres
Mantorras: "Deixem treinar o Mantorras!"




Prémio País · Congo Belga
O Rei do Congo Belga: "Nós já não somos isso!"





Prémio Fashion · Carnaval de Torres-Vedras
População: "Olhe que nós somos muito homens!"




Prémio ao Soldado Desconhecido · Soldado Desconhecido
Soldado Desconhecido: "Sou eu!, Sou eu!"



Prémio Carreira · 50, Algés-Oriente
Scania: "Vruuumm... "




Prémio Militar · Atum General
General: "Brluup..."


Grande Prémio · Do Mónaco
Alberto: "Je t'Aime, Moi Non Plus"




Premiozinho · Pequeno Saúl
Saúl Ricardo: "Foda-se!, Eu já sou crescido."



Prémio Bom Português · 'Ó Estrela!, Queres Cometa?!'



Último Prémio · Mário Soares
Mário Soares: "Ainda hão-de levar comigo..."





- Júri -

Dan Brown
Eládio Clímaco
Maria José Nogueira Pinto · Correspondente em Wegorzewo
José Pacheco Pereira
Serenella Andrade · Correspondente em Hertfordshire
Manuela Ferreira Leite
Carvalho da Silva


quinta-feira, março 02, 2006

Revoluções

Em viagem pela Linha do Douro, deparei-me com esta placa, erigida na Estação da Régua.

É possível uma opinião sobre o dizer da mesma? Atente-se na data de 1979. Como considerará este autarca do pós-revolução (não a ferroviária) que foi a dita (aqui sim, a ferroviária)?

Boa? Concerteza...
Lenta? Rápida? Residerará aí a base da comparação?
Ou será algo mais profundo? Penso que sim...
Estaria a referir outra Revolução, como a Industrial? Em 1979...? Talvez.
Poderemos entrar em discussões de política e políticas contemporâneas, ou tratar-se-á apenas de filosofia empreendedorista?

Pareceu-me interessante partilhar a dúvida. Talvez alguém tenha mais ideias. Desculpem se o texto é confuso; não o será mais que a enigmática placa.

O vosso,
Eládio

sábado, fevereiro 25, 2006

A Ternura dos Oitenta


O que está na moda? A Caixa-Económica-Operária ou os Anos '80? Todas as anteriores, ou nenhuma delas? Parece que algo anda à solta.

Uma proposta para esta noite: Anos '80 à séria.

Projecção de extravagantes Curtas-Metragens, não fosse o tema "Outlaw Shorts", para quem lá estiver às 22H.

E, maioritariamente, principalmente, fundamentalmente, primordialmente, (essencialmente?), a Música, apresentada neste cartaz bastante tentador.


Carrega na Imagem em cima e verás o Cartaz.
Mais Info?

O vosso,
Eládio

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Atchim?


Será que, com a Gripe-das-Aves, poderemos assistir ao exterminar dos Patos-Bravos?

E.C.

domingo, fevereiro 19, 2006

Life Can Be Fine If We Both Sixty Nine


Aconteceu mesmo o acontecimento que se dizia que ia acontecer no post anterior. A noite na semi-decadente, e por isso mesmo bela, Caixa Económica Operária foi mesmo dedicada à arte Monty Python.

Ficarão para os jornais das artes e as colunas culturais dos generalistas os relatos da festa, mas deixo-vos uma história que lá foi contada pelo Nuno Markl em relação às ideias destes senhores. De entre os sketches que acabaram por não ser concretizados, há a história de um que não foi avante por não ter sido aprovado pela British Broadcasting Corporation (não se assustem, é só a BBC).

Foi uma criação do Terry Gilliam (era o que fazia as cenas animadas que abundam pelos filmes) e constituía no seguinte:
A ideia era fazer um sketch longo (assim uns bons dez minutos). Ao longo da cena, a coisa não podia ter muita piada, mas tinha de ser extremamente interessante, para colar o público à TV.
O que quer que fosse decido dizer nesse texto não tem qualquer importância, o importante era que fosse bastante interessante para o público seguir tudo na maior atenção.
O que acontecia era que, ao longo do sketch, de um modo praticamente imperceptível (muito lentamente, portanto) o volume do som ia descendo (já disse que ia sendo muito lentamente?).
Como o texto/diálogo era tão extremamente interessante, de vez em quando os espectadores tinham tendência a levantar o volume ao televisor. A coisa ia decorrendo neste registo, os tele-espectadores a seguir o que se passava, a ver no que aquilo ia dar, e iam, quase inconscientemente, subindo o volume do aparelho.
Então, ao fim desses dez minutos - em que provavelmente as pessoas já teriam o volume da TV no máximo, para conseguir ouvir decentemente o que se passava - seria exibido, completamente do nada e incompreensivelmente fora de contexto, o ruído mais extraordinariamente alto, mais estupidamente irritante e mais totalmente ensurdecedor que alguma vez se ouviu na história da televisão!

........

Genial, não? Se pensarmos que, no final dos anos '60, quando passava a série, esta tinha bastante audiência (também não passava mais nada) e não havia controlos-remoto para rapidamente calar aquilo, é fácil de imaginar o tropel que brotaria por uma boa metade do Reino-Unido. Quem passasse por qualquer bairro residencial pensaria tratar-se do dia do apocalipse. Aconteceria uma boa quantidade de ataques cardíacos, as crianças chorariam ininterruptamente, os serviços de chá quebrar-se-iam e as avós entrariam em estado de choque.

A BBC não autorizou. Não percebo porquê.

O Vosso,
Eládio

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

And Now for Something Completely Different


Há quem abandone o seu país e, passado uns dias, começa, quase ineditamente, a nevar na sua capital (a do país). Há também quem abandone o país e o melhor que o país de destino tem surge, quase inesperadamente, no país acabado de abandonar. Há ainda a quem aconteça as duas coisas...

Confusos? Então mais ainda ficarão, provavelmente, se participarem deste evento que decorre este Sábado na Caixa Económica Operária.

Eu cá vou, e tu?


Mais info?: http://hosting.net.vodafone.pt/~nx12512a/flash_content/eventos/18_fev.htm
O melhor cartaz está mesmo aqui na Sopa, carreguem na imagem em cima.



O vosso,
Eládio

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Cont'nente

Gosto muito de Desporto. Mas gosto ainda, e cada vez mais, de Futebol!

Vi uma notícia genial na TV. Então não é que a Selecção Nacional de Portugal (uma sucursal menor, acho) teve um jogo para uma competição internacional contra a Selecção da Madeira?! Ao princípio ainda deu para pensar que se tratava de outra Madeira qualquer, mas tratava-se mesmo da Madeira do Alberto João...

Mas a Madeira já não é Portugal? Que coisa mais linda. O que vem a seguir? Selecção Nacional das Berlengas vs. Selecção Nacional do Grupo Ocidental dos Açores? Espera... até isso fazia mais sentido!

É claro que os entendidos do esférico poderão dar-me todos os esclarecimentos lógicos, mas não conseguirei deixar de manter o meu semblante de espanto perante tal ocasião.

Encontrar razões políticas também seria simples para uma coisa destas... não tentemos justificar o acontecimento, acho que é bonito assim mesmo, a frio. Portugal Zero, Madeira Zero. Realmente, o Futebol é mesmo o mais desinteressante desta história.

A consultar: http://www.lusa.pt/print.asp?id=SIR-7741395

O vosso,
Eládio

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Destak

Que passatempo divertido, agradável e cultural.

O objectivo é encontrar artistas do panorama musical (bandas ou cantores) neste belo quadro. Consta que há mais de 50 (!). Na verdade, pode tornar-se um bocado frustrante... Só mesmo para aqueles que possuem um Q.I. superior a 151. E também para membros de Tunas (têm mais tempo para decifrar esta trampa toda). Mas afinal por que raio meti isto aqui? Uma coisa é certa, por muito cultural que seja, este nunca será considerado um post intelectual.

Querem jogar? Aqui vai um exemplo: Há um dirigível do lado esquerdo do céu. Como é que um brasileiro lhe chamaria?... Pois. Agora digam essa palavra com sotaque inglês.

Para ver melhor, clicar na imagem ao mesmo tempo que se carrega na tecla SHIFT (essa que está no teclado).

Do vosso,
Eládio

terça-feira, fevereiro 14, 2006

São Valentim



O nosso Amor anda no ar...
Da lebre à tartaruga, da cigarra à formiga, da Alice ao coelho,
toda a Natureza se harmoniza, abençoando a nossa paixão.


E.C.

domingo, fevereiro 12, 2006

Lorem Ipsum

"Neque porro quisquam est qui dolorem ipsum quia dolor sit amet, consectetur, adipisci velit..."

http://www.lipsum.com/